Pirenéus
Pico Aneto - glaciar
A sudoeste da Europa ergue-se uma imponente barreira natural que estabelece a fronteira entre a Espanha e a França - a cordilheira dos Pirenéus. Com uma extensão de cerca de 430 quilómetros e montanhas que ultrapassam os 3400 metros de altitude, esta cadeia montanhosa tem mais de 180 cumes acima dos 3000 metros, encerrando a beleza e o encantamento que despertam nos amantes das viagens o espírito de aventura que os move a partir à descoberta.
E foi o que fizemos!
Escolhemos uma época de final de verão, a abranger setembro e outubro, altura em que a paleta de cores começa a transformar a natureza, que se reveste de tons vibrantes e acicata os sentidos.
Dada a extensão do percurso planeado, com quase 3500 quilómetros de carro, incluindo as viagens desde o ponto de partida até ao regresso (Braga), esta aventura foi projetada para 11 dias.
Em mente, levamos a vontade de conhecer, explorar, interagir, provar, saborear e viver, e, no regresso, podemos afirmar convictamente que tudo isto se concretizou.
Dia 1: Braga - Segóvia
Distância: 860 kmDuração: 08h30 (incluindo paragens e almoço em Benavente)
Neste primeiro dia de viagem, o ponto principal foi a visita à cidade de Segóvia, onde pernoitamos. Com tempo limitado e muito para ver, apenas uma planificação cuidada nos permitiu retirar o proveito desta visita e poder sair com a sensação de ter, pelo menos, uma ideia do que é, na realidade, Segóvia.
Chegamos ainda de dia e com um sol magnífico, o que nos permitiu estacionar, fazer o check-in no hotel e embrenharmo-nos pelas ruelas do casco velho da cidade, passando pelos pontos de maior interesse.
Alojados na Calle Cervantes, tivemos, desde logo, acesso aos bares e restaurantes e ao bom ambiente de final de tarde e início de noite que ali se vive.
Como destaques, podemos referir alguns lugares fascinantes:
Aqueduto de Segóvia
Aqueduto de Segóvia
Catedral de Segóvia
Catedral de Segóvia
Mosteiro de Santa Maria do Parral
Igreja de Vera Cruz
Igreja de Vera Cruz (ao fundo)
Alcázar de Segóvia
Igreja de Santo Estevão
Ruelas do bairro judeu
Ruelas do bairro judeu
Praça da Artilharia
Uma observação pertinente, principalmente para quem reparou na ausência de fotos do interior do Alcázar Real: com muita pena nossa, não visitamos o interior nesta altura, dada a hora a que chegamos e o tempo que seria necessário para uma visita completa (as visitas são taxadas e demoram entre uma a duas horas).
Como nota bizarra, o episódio do indivíduo que se encontrava junto à entrada, trajado à soldado romano e com modos um pouco mais rudes que o pior dos soldados da legião. Perante o facto de pretendermos registar em foto a sua personagem, que até ficava bem enquadrada com o monumento, o mesmo quis "extorquir-nos" os "derechos de imagen". Não fomos nas suas leis e preferimos guardar a foto para rirmos um pouco com o bobo.
Dias 2 e 3: Segóvia - Saragoça - Andorra-a-Velha
Distância: 670 km
Duração: 11h00 (paragens e visita a Saragoça)
No curto interregno que aqui estivemos, achamos Saragoça uma cidade evoluída, cosmopolita, até. Monumental, sem dúvida, limpa e com um nível de vida relativamente elevado.
Os estacionamentos pareceram-nos escassos (ponto comum a muitas das grandes cidades espanholas) e os existentes no centro são demasiado caros.
As explanadas são muito agradáveis e a oferta é variada. A Plaza de Nuestra Señora Del Pilar, ou simplesmente Plaza Del Pilar, é o local por excelência da cidade, onde os grande eventos se realizam. É, por isso, apelidada de "El salón de la ciudad".
Catedral Basílica Del Pilar, em Saragoça
Plazza Del Pilar
Igreja de San Juan de los Panetes, Torre octagonal do sec. XVI
Rio Ebro
A meio da tarde, retomamos caminho, deixando para trás o trânsito algo confuso da urbe e o mau feitio dos condutores apressados dos transportes públicos, que aparentavam não gostar de condutores portugueses a apreciar a paisagem. Cerca das 19h30 chegamos à capital do coprincipado de Andorra e instalamo-nos num excelente hotel centralizado. O resto do dia foi para jantar e fazer um reconhecimento das redondezas, sob um ambiente muito "turístico", que apreciamos prazenteiramente.
Vista de Andorra-a-Velha
Encaixada num vale profundo, rodeada de altas montanhas, com o Pic de Carroi a destacar-se, elevando-se aos 2266 metros de altitude e uma proeminência de 841 metros, Andorra-a-Velha oferece uma beleza inigualável. A cada miradouro, um novo ângulo para uma foto incrível, por isso, aí ficamos desde o final da tarde do segundo dia até ao final do almoço do terceiro.
Não podemos afirmar que ficamos a conhecer este pequeno coprincipado, mas este par de horas permitiu-nos desfrutar imenso, principalmente depois da visita ao Lago de Engolasters, situado a nordeste da cidade.
Lago de Engolasters
Um local onde reina o sossego, com um espelho de água emoldurado pelo pinheiral, onde não faltam os percursos pedestres relaxantes. Aqui passamos parte da manhã, regressando à cidade para uma visita geral e para almoço.
Dias 3, 4 e 5: Andorra-a-Velha - Benasque
Distância: 187 km
Duração: 03h15 (com as paragens convenientes)
Com uma população a rondar os 2000 habitantes, este pequeno município expressa fielmente a tipicidade local: rústico, geralmente frio (a sua temperatura média anual não chega aos 10 graus) e esmagadoramente belo.
Aspeto de Benasque, com a montanha a dominar
Em Benasque ficamos três dias, parte do terceiro, o quarto e parte do quinto, uma estada que ficará eternamente gravada na nossa memória, pelo local mágico que é Benasque, pelo sossego e ambiente, pelas tapas à noite, nas esplanadas repletas de gente alegre, pelas cores e pelos aromas que exalavam dos restaurantezinhos típicos que surgem em qualquer sítio, nas ruelas estreitas e airosas, enfim, por tudo!
O ponto alto era, no entanto, a aventura no Pico Aneto. Pela primeira vez o Carlos iria ultrapassar a barreira dos três mil metros de altitude e ter assim o seu batismo na média/alta montanha (o Aneto atinge os 3404 metros, o que faz dele o pico mais elevado da Península Ibérica). Digo apenas o Carlos, já que, nem a Carla, nem a Catarina, estavam ainda preparadas para esta ascensão, que decorreu no segundo dia.
Dela falaremos em separado, na página dedicada às caminhadas e aventuras, embora aqui revelemos que foi marcadamente fantástica e com algumas peripécias pelo meio, desde um crampon partido em pleno glaciar, a mais de 3200 metros, um "salvamento" de um aventureiro britânico, desorientado e desidratado e um GPS que falhou antes de cumprir a sua missão.
O Carlos não chegou ao topo da montanha, ficando a apenas umas dezenas de metros, mas considera a missão bem sucedida.
Por agora, algumas fotos da região de Benasque.
O ponto alto era, no entanto, a aventura no Pico Aneto. Pela primeira vez o Carlos iria ultrapassar a barreira dos três mil metros de altitude e ter assim o seu batismo na média/alta montanha (o Aneto atinge os 3404 metros, o que faz dele o pico mais elevado da Península Ibérica). Digo apenas o Carlos, já que, nem a Carla, nem a Catarina, estavam ainda preparadas para esta ascensão, que decorreu no segundo dia.
Dela falaremos em separado, na página dedicada às caminhadas e aventuras, embora aqui revelemos que foi marcadamente fantástica e com algumas peripécias pelo meio, desde um crampon partido em pleno glaciar, a mais de 3200 metros, um "salvamento" de um aventureiro britânico, desorientado e desidratado e um GPS que falhou antes de cumprir a sua missão.
O Carlos não chegou ao topo da montanha, ficando a apenas umas dezenas de metros, mas considera a missão bem sucedida.
Por agora, algumas fotos da região de Benasque.
Um olhar sobre Benasque
Dia 5: Benasque - Torreciudad - Torla
Distância: 160 km
Duração: meio dia
Também situado na província de Huesca, este pequeno município tem apenas três centenas de habitantes. À semelhança de Benasque, é uma povoação típica da região do Pirenéus, pitoresca, acolhedora e deslumbrante. Além das suas tradicionais atividades ligadas à terra e ao pastoreio, o turismo é um dos seus meios de subsistência, não fosse Torla a porta de entrada para o Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido.
Antes, porém, de chegar a Torla, optamos por fazer um desvio (aliás, previamente programado) e rumamos a um outro local de grande interesse e de uma beleza excecional. Referimo-nos ao santuário de Nossa Senhora de Torreciudad, a sul de Benasque, situado no Alto Aragão, na comarca de Ribagorza.
É um santuário mariano, inserido numa paisagem de uma beleza extrema, para a qual muito contribui o lago azul turquesa da barragem do rio Cinca, próximo de El Grado, e os longínquos picos nevados no horizonte.
Aqui deixamos algumas fotos captadas neste magnífico local, doo santuário de Nossa Senhora de Torreciudad e sua envolvente.
Dia 6: Lourdes e Gavarnie
Distância: 375 km (regresso a Torla por Argelès-Gazost)
Duração: 1 dia
Durante os 5 dias que iriamos ficar alojados em Torla, o plano contemplava a visita a vários outros locais das redondezas. O santuário de Nossa Senhora de Lourdes, em França, a cerca de 150 km de distância, local sagrado por excelência e com uma peregrinação anual de milhões de pessoas, era um deles.
Para quem visita os Pirenéus, Nossa Senhora de Lourdes deve ser incluída no guia de viagem. À semelhança de outros locais sagrados para os católicos, aqui respira-se solenidade e uma atmosfera carregada de misticismo envolve o recinto e a sua área envolvente.
Ali, propriamente na Gruta de Gruta de Massabielle, a 11 de fevereiro de 1858, a virgem teria aparecido a uma mulher que ali vivia - Bernadette Soubirous. Terá sido neste local sujo, a que chamavam “tutte aux cochons” (por levara para lá os porcos) que a Senhora fez a sua aparição mais 17 vezes, até 16 de julho de 1858. Por esse escolha divina, hoje os peregrinos, imbuídos da sua fé, bebem ou banham-se nas águas sagradas da fonte que lá brota.
Gruta de Massabielle, Lourdes - França
Lourdes é, fruto deste centro, uma cidade completamente virada para o turismo, com uma variadíssima oferta de alojamentos e restauração. Tem, para além do santuário, vários outros pontos de interesse, como a Basílica da Imaculada Conceição, o castelo, o museu Le Petit Lourdes (que, infelizmente, não tivemos oportunidade de visitar), onde é recriada, através de miniaturas, a história de Bernadette, a Basílica (subterrânea) de São Pio X, os jardins, o rio e a ponte pitoresca, onde almoçamos, numa esplanada que se estendia até ao seu tabuleiro.
Eis algumas destas maravilhas, captadas pelas nossas lentes:
Basílica de Nossa Senhora de Lourdes
Basílica de Nossa Senhora de Lourdes
Basílica de Nossa Senhora de Lourdes
Basílica de Nossa Senhora de Lourdes
Basílica de Nossa Senhora de Lourdes
Rio Ousse
Interior da Basílica de Nossa Senhora de Lourdes
Igreja de Saint-Pierre-de-Bigorre
O pós-almoço ficou reservado para outra visita magnífica - Gavarnie, a cerca de 40 km, para sul.
Esta pequena comuna tem pouco mais de uma centena de habitantes e os seus encantos advêm sobretudo da sua localização, a 1400 metros de altitude. Rodeada de altas montanhas, com o Maciço de Néouvielle a leste, o Pico Vignemale a oeste, com 3298 metros, e o conjunto Monte Perdido (3355 metros)/Cilindro de Marboré (3328 metros) a sul, Gavarnie estarrece quem por ali passa.
O famoso Circo de Gavarnie, Património Mundial desde 1997, é um monumental anfiteatro natural de visita obrigatória, a pé e com tudo para apreciar cada detalhe da excelsa obra da natureza. No nosso caso, consideramos que esta visita merece uma programação própria, como tal, contamos regressar, prontos para a conquita do Monte Perdido.
Grande Cascata de Gavarnie, Circo de Gavarnie
A Grande Cascata de Gavarnie é apontada como a maior de França, atingindo o seu véu os impressionantes 422 metros.
Um aspeto curioso relacionado com a gestão das visitas de automóvel a esta pequena aldeia é o facto de quase não haver estacionamentos no seu interior, à exceção de moradores e comércio/hotelaria, que possuem os seus lugares próprios. Contudo, à entrada da povoação, existe um amplo parque, taxado para os turistas e visitantes. Esta (excelente, em nosso entender) ideia, desobstrui as ruas estreitas da aldeia, salientando a sua beleza e permitindo maior comodidade para quem a visita a pé, já que pode apreciar descontraidamente o que o rodeia.
Se tivéssemos que eleger um destino de férias tranquilas, num local belo com muito para explorar, este estaria na nossa lista, certamente. Merece ainda uma nota de relevo o percurso entre Torla e Gavarnie, principalmente no troço que passa por Baños de Panticosa e Formigal, à sombra do gigante Vignemal, um pico com 3298 metros de altitude e uma proeminência de 1027 metros.
Aspetos de Gavarnie e das paisagens envolventes
Dia 7: Vale de Ordesa e Monte Perdido
Distância: 15 km (de Torla ao parque de estacionamento p/ início do trekking)Duração: 00h15
O sétimo dia de viagem foi inteiramente dedicado ao Parque Nacional de Ordesa, destino por excelência de quem visita os Pirenéus, considerado o destino de natureza mais importante do país vizinho. O Vale de Ordesa e Monte Perdido, conhecido como o Canyon de Ordesa, é apenas um dos quatro vales que compõem o Parque; os outros são Añisclo, Escueta e Picuaín. A paisagem é de cortar o folego, alternando entre pradarias sem fim, bosques encantados, gargantas profundas, com cascatas imponentes que exercem um fascínio difícil de vencer e montanhas repletas das marcas do tempo de criação da terra.
Aqui, a vida fervilha, livre e selvagem como há milhares de anos, não fosse a água o elemento dominante. Aves e mamíferos raros de se observarem (até mesmo o urso pardo - que não se quis mostrar) podem surgir ao virar da esquina, tornando o passeio numa verdadeira aventura
Foi neste cenário que planeamos uma caminhada de quase um dia (bem, na realidade, foram cerca de 6 horas), que nos levaria à mais bela das cascatas que a mãe-natureza plantou, para regalo do próprio Deus: Cola de Caballo.
Como o véu de uma noiva da realeza, verte das encostas do Marboré e do Monte Perdido, caprichando nos detalhes até chegar ao lago cristalino que a recebe cantarolando alegremente.
Cola de Caballo, pelas Gradas do Soaso, é um dos percursos pedestres mais populares, quiçá por conter um pouco de cada uma das maravilhas que atrás referimos.
Para quem quiser fazer este percurso, podemos garantir que o grau de dificuldade não é elevado, sendo que o maior dos obstáculo reside nos cerca de 17,5 km de ida e volta que o compõe. Tem ainda a particularidade de passar pelo grau zero do meridiano de Greenwich.
Trata-se de um trilho muito bem marcado, com pouca inclinação, com possibilidade de variar, fazendo a volta por um percurso alternativo, como é o caso da Senda de los Cazadores ou a Faja de Pelay. A distância não varia muito.
De Torla ao ponto de partida são apenas uns minutos de carro, havendo transporte para lá, promovido por operadores turísticos. No inverno, parte da estrada pode ser cortada ao trânsito, devido à neve.
Este magnífico vale tem vários miradouros em locais estratégicos, que permitem ter uma vista abrangente da sua real beleza e extensão. Também para aceder a estes, muitos operadores turísticos têm oferta variada a partir de Torla.
Em suma, como as fotos que aqui partilhamos o revelam, este é um destino a não perder, que aconselhamos vivamente, sem medo de viver a aventura caminhando na natureza.
Aqui, a vida fervilha, livre e selvagem como há milhares de anos, não fosse a água o elemento dominante. Aves e mamíferos raros de se observarem (até mesmo o urso pardo - que não se quis mostrar) podem surgir ao virar da esquina, tornando o passeio numa verdadeira aventura
Foi neste cenário que planeamos uma caminhada de quase um dia (bem, na realidade, foram cerca de 6 horas), que nos levaria à mais bela das cascatas que a mãe-natureza plantou, para regalo do próprio Deus: Cola de Caballo.
Como o véu de uma noiva da realeza, verte das encostas do Marboré e do Monte Perdido, caprichando nos detalhes até chegar ao lago cristalino que a recebe cantarolando alegremente.
Cola de Caballo, pelas Gradas do Soaso, é um dos percursos pedestres mais populares, quiçá por conter um pouco de cada uma das maravilhas que atrás referimos.
Cascata Cola de Caballo - Vale de Ordesa e Monte Perdido
Para quem quiser fazer este percurso, podemos garantir que o grau de dificuldade não é elevado, sendo que o maior dos obstáculo reside nos cerca de 17,5 km de ida e volta que o compõe. Tem ainda a particularidade de passar pelo grau zero do meridiano de Greenwich.
Trata-se de um trilho muito bem marcado, com pouca inclinação, com possibilidade de variar, fazendo a volta por um percurso alternativo, como é o caso da Senda de los Cazadores ou a Faja de Pelay. A distância não varia muito.
De Torla ao ponto de partida são apenas uns minutos de carro, havendo transporte para lá, promovido por operadores turísticos. No inverno, parte da estrada pode ser cortada ao trânsito, devido à neve.
Este magnífico vale tem vários miradouros em locais estratégicos, que permitem ter uma vista abrangente da sua real beleza e extensão. Também para aceder a estes, muitos operadores turísticos têm oferta variada a partir de Torla.
Em suma, como as fotos que aqui partilhamos o revelam, este é um destino a não perder, que aconselhamos vivamente, sem medo de viver a aventura caminhando na natureza.
Dia 8: Jaca
Distância: 55 kmDuração total: 1 dia (incluindo visita a Biescas)
A cidade de Jaca mereceu-nos um dia dedicado à sua visita no nosso plano de viagem. Chamada de "pérola dos Pirenéus" (tal como Andorra), encerra tesouros históricos que seria imprescindível conhecer.
Destacamos a "Cidadela" ou castelo de San Pedro, uma fortificação militar em forma de estrela, construída entre os séculos XVI e XVII por ordem do rei Felipe II e que foi restaurado em 1968.
A visita é taxada (segundo o site oficial, pelo valor de 7 euros/pessoa), dando acesso a um autêntico museu "vivo", já que as histórias de guerra, conquistas e heróis nos é contada através de dioramas muito realistas, colocados nos seus espaços, reproduzindo cenários que nos transportam através do tempo.
Aqui passamos cerca de duas horas, completamente envolvidos nessas vivências. Visitamos depois a cidade, onde almoçamos, antes de seguir para Biescas, mais um pequeno município da província de Huesca, com uma área de pouco mais de 4 quilómetros quadrados e uma população de cerca de 1500 habitantes. Comparamos Biescas a Benasque, essencialmente pelo seu aspeto pitoresco e típico.
Jaca acabou por marcar o final do périplo pelos Pirenéus.
Dia 9: Torla
Dia de descanso
Dia 10: Torla - Pamplona - Burgos
Distância: 380 km
Duração: 1 dia (pernoita em Burgos)
Na realidade, o plano A para esse dia era bem distinto. Na agenda estava a subida ao Pic du Midi d'Ossau, uma montanha com 2884 metros e uma proeminência de 1090, a cerca de 65 km de Torla. Contudo, um pequeno e passageiro problema de saúde aconselhou o plano B e conselhos desta natureza não se devem menosprezar.
Ao décimo dia, o destino era a grande Burgos, com prévia passagem por Pamplona. Saímos definitivamente (e com imensa nostalgia) de Torla - e dos Pirenéus - às 09h30, para chegar a Pamplona cerca das 12h00, onde almoçaríamos. Lamentavelmente, a visita a Pamplona acabou por ser feita de carro, já que estacionar relativamente próximo do centro se revelou uma tarefa complicada (até os parque taxados que encontramos se encontravam repletos). Cientes de que esta cidade encerra um património cultural imenso e possui algumas joias arquitetónicas que merecem outro tipo de atenção, esperamos poder regressar em breve.
Depois de improvisar, seguimos viagem em direção a Burgos, onde pernoitaríamos. O almoço foi pelo caminho, num local bem agradável, por sinal. A Burgos chegamos às 16h00.
Efetuado o check-in no hotel e tomado o duche revitalizador, embrenhamo-nos de imediato nas ruas apinhadas da cidade, onde tivemos a sorte de encontrar uma espécie de Feira Medieval. Que ambiente fantástico!
Burgos
Em termos monumentais, Burgos é detentora de um autêntico tesouro da arquitetura gótica - a Santa Igreja Catedral Basílica Metropolitana de Santa María, comummente conhecida como a Catedral de Burgos, classificada pela UNESCO como Património Mundial e ponto de passagem do Caminho de Santiago.
A sua comparação com Notre Dame de Paris é inevitável, embora cada uma tenha a sua magnificência própria e o seu lugar no mundo bem definido.
Burgos gira muito em torno deste centro religioso, mas também turístico e de comércio. A cidade é atravessada pelo rio Arlanzón, que se insere na bacia hidrográfica do Douro. As suas praças são magníficas, principalmente a Plaza Mayor, onde a multidão converge para socializar nas esplanadas cheias e ao som de música, muitas vezes ao vivo. Este é, aliás, o ambiente típico das grandes urbes espanholas, nomeadamente de Madrid, Sevilha, e muitas outras.
Na visita a Burgos, obrigatórios são também os Museus, a começar pelo da própria catedral. Há também o Museu de Burgos, o Museu do Retábulo ou o Museu da Evolução Humana, todos eles de grande interesse.
Dia 11: Regresso a Braga
Distância: 530 km
Duração: 1 dia (com passagem por Puebla de Sanábria)
Não vamos falar aqui de Puebla de Sanábria, preferindo deixar esse bonito local para uma publicação inteiramente dedicada às suas histórias, tristes e nostálgicas, em algumas das suas páginas, mas, ao mesmo tempo, cheias de esperança e de exemplo de superação. Claro que falamos da tragédia de Ribadelago, ocorrido na madrugada de 9 de janeiro de 1959, quando uma barragem a montante rebentou e arrasou a aldeia.
Eis o resumo do percurso, que aqui não contempla as incursões pelo coração das vilas e cidades que visitamos, como manda o verdadeiro espírito de aventureiros e exploradores.
Os créditos da imagem são para a Google Maps















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