PORTA DO MEZIO - UMA PASSAGEM PARA O CÉU

 

Porta do Sol
A entrada no território sagrado do Parque Nacional Peneda-Gerês faz-se pelas suas portas, que são cinco. Não será uma passagem tão restrita como a que conduz ao paraíso, mas, do outro lado de cada uma destas portas está... o céu.

Para quem pretenda descobrir os recantos e os encantos do único Parque Nacional do país, pode escolher entre a Porta de Lamas de Mouro, em Melgaço, a Porta de Lindoso, em Ponte da Barca, a Porta de Campo do Gerês, em Terras de Bouro a Porta de Montalegre, em Montalegre, ou a Porta do Mezio, em Arcos de Valdevez. Cada uma delas proporcionará ao visitante uma oportunidade única de imergir na natureza ainda em estado puro.

Escolhemos a Porta do Mezio. Entramos?!...
Anta do Mezio





Logo no início, a Anta do Mezio assinala a presença de um importante núcleo megalítico, datado de cerca de 3000 anos a.C. Trata-se de um conjunto arqueológico espalhado por cerca de 1 quilómetro de extensão, entre os montes do Guidão e do Gião, também conhecido como Antas do Soajo.

A partir dali, penetramos na Mata do Mezio, por um trilho que nos levará atá à espetacular Lagoa de Travanca. Ao longo do percurso, atravessamos frondosos bosques de carvalhos, vidoeiros e pinheiro bravo, entre outras espécies ripícolas. Estes bosques são atravessados por vários cursos de água e o conjunto é habitat de variadíssimas espécies. O canto das aves canoras é particularmente lindo e relaxante.

Na Ribeira de Vilela, nos limites do Parque, um dos grande motivos de interesse: a Lagoa de Travanca.




Este espaço oferece a possibilidade de desfrutar de uns belos banhos, nas águas geladas e cristalinas das montanhas do Parque. Exuberante... quase hipnótico!

Os miradouros da Porta do Sol e do Baloiço do Mezio seguem-se, no trilho. Os pequenos desvios permitem estender a vista até às encostas azuladas que formam o nosso horizonte. Pelo caminho, alguns dos habitantes - "espécies livres" - do Parque dão-nos as boas-vindas. São amistosos, mas não interferimos na sua vida pachorrenta.







Caminhos velhos e em desuso levam-nos de volta à Ribeira de Vilela, a jusante da Lagoa de Travanca. Sentimos que estamos sós. Por ali nem o gado passa... mas é demasiado belo para pensar nas dificuldades causadas pelos obstáculos naturais que vão tornando o caminho mais desafiante. De tesoura de poda em punho, fomos libertando o trilho de algumas silvas invasoras. Por fim, as aldeias de Vilela de Lajes e de Boimo.

Uma descrição queirosiana tornaria o texto demasiado longo e o objetivo de pintar a realidade jamais seria logrado. Deixam-se alguns postais.











Percorremos quase 17 quilómetros, sem cansaço ou saturação, com a alma leve e os olhos cheios de paisagens, que não podíamos deixar de aqui partilhar.
Um bom trilho!

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